21/09/2013

O que era exatamente um vampiro?


O que era exatamente um vampiro?

Vampiro é um ser universal, parte do repertório de civilizações de todo o mundo e para entender o vampiro, é preciso primeiro compreender o mundo dos nossos ancestrais.

Na Idade Média não era cogitada uma explicação racional ou científica para os “mortos” que voltavam à vida ou defuntos naturalmente mumificados. Segundo os cronistas da época, santos voltavam à vida para fazer milagres ou seu corpo não apodrecia como nos casos da santa, em 1433, Liduvina de Haia e a santa Catarina de Bolonha, em 1463 respectivamente.

Já os vampiros saíam do seu túmulo para espalhar o terror. Seu corpo se recusava igualmente a apodrecer. Muitas vezes os de sexo masculino eram encontrados com pênis em ereção dentro do caixão, totalmente nus, pois comiam a sua mortalha.

Para o homem medieval, explicar o vampirismo era simples: diabolus símia Dei (era uma forma de Satã imitar Deus).

E por que existiam vampiros?

Para os chineses, o homem tinha uma superior (hun) e outra inferior (p”o). Os restos mortais, quando intactos, podiam ser tomados integralmente pela parte baixa do ser como numa reação alquímica como sol ou a lua, o cadáver voltava à vida com as piores intenções possíveis.

Já as explicações racionais para o vampirismo aconteceram na década de 1730, que se tratava de casos de cólera, daí os rostos rubicundos dos vampiros, ou de peste. E a ausência de decomposição de certos cadáveres justificava-se pela natureza do lugar do sepultamento. Um pequeno tratado do médico parisiense Jacques Bénigne vinslow, em 1742, dizia que os cadáveres encontrados nus no caixão tinham sido na verdade enterrados vivos e, em desespero devoravam as próprias mortalhas.

Tem explicação até mesmo para ereção do pênis defunto, que segundo o erudito Michael Ranft, no século XVIII, “o pênis, de natureza esponjosa, pode erguer-se espontaneamente se um líquido ou sopro penetrar na artéria hopogástrica”. Váris foram às tentativas de explicar o vampirismo, mas nada desfez o fascínio da criatura sanguinária.

Segundo o psiquiatra búlgaro-francesa Julia Kristeva, “o mito do vampiro nasce do nosso medo da morte e do desconhecido”.Outros, afirmam que a crendice popular é o reflexo do psiquismo humano, ou então, o vampiro personifica a inveja, o desamparo psicológico.

E no século XXI, a descoberta final, na verdade todos somos vampiros.